Mar 8
São amplos os caminhos que podem levar uma mulher ao agronegócio. Por uma gama de razões, o setor, que no passado era marcado e dominado por figuras masculinas, conta hoje com uma forte e crescente presença feminina. No caso de Ana Cristina D’Ávila de Castro, produtora do Sítio São Sebastião, localizado em Santo Antônio da Alegria (SP), a paixão pelo agro nasceu do anseio por desbravar o trabalho no campo e a vocação.
“O que me motivou a entrar no agronegócio foi o desafio. Era um ramo totalmente diferente, mas eu queria contribuir e achava muito interessante, especialmente a área de alimentação. Eu observava os aspectos e achava que precisavam mudar em algumas coisas. Tinha um olhar diferente para um produto de qualidade”, comenta.
Ana Cristina é graduada em Biomedicina e tem mestrado em Microbiologia e doutorado em Bioquímica e Biologia Molecular. Em 2011, quando completava seu doutorado, foi convidada pelo pai a trabalhar na propriedade de gado Girolando da família.
A perspectiva de trabalhar no Sítio São Sebastião representou, para Ana, mais uma etapa da história familiar no setor agropecuário. “Meu pai é empresário, mas tinha um sonho de infância, porque as origens da família dele são do trabalho do campo e meu avô trabalhava com gado leiteiro em uma pequena propriedade. Meu pai queria ter um lugar em que ele pudesse descansar e fazer aquilo que gostava, trabalhar com gado de leite”, relembra.
Ao longo de dez anos, Ana Cristina desenvolveu percepções e aptidões que possibilitaram seu crescimento e fortalecimento no mercado da pecuária leiteira. Segundo ela, uma conduta profissional de sucesso está pautada na constante atualização e participação. “A gente tem que estar por dentro das mudanças que estão acontecendo, das novas ferramentas que surgem. É preciso estar apto para aprender, mudar, absorver coisas novas e gerenciar a propriedade fazendo o melhor com o menor custo”, pontua.
A cadeia leiteira, aos olhos da produtora, requer um trabalho minucioso e especializado. Sua compreensão do mercado abraça uma mentalidade proativa de crescimento e eficiência. “No leite, a gente não pode mudar o valor das commodities, não podemos interferir. Temos que trabalhar porteira adentro, mesmo lidando com um produto que a gente não precifica. São muitos desafios e é uma área extremamente importante. É uma responsabilidade muito grande saber que a gente bota o alimento na mesa de muita gente”, reflete.
Ana Cristina não acredita que barreiras de gênero no setor fazem parte do passado. Para ela, o agronegócio contemporâneo é um campo aberto à presença e à atuação feminina. “Acho que os desafios do agro são iguais para todo mundo, tanto mulher, quanto homem. Nós somos tão importantes quanto eles e temos que saber trabalhar juntos, em igualdade”, afirma.
A criadora comenta ainda que a perspectiva feminina é um aspecto indispensável na produção pecuária moderna. “As mulheres vêm agregar a sensibilidade, um olhar diferente, um critério inovador que só soma junto ao trabalho realizado. Elas são muito importantes para o setor”, afirma.
Tecnologia potencializadora
Atualmente, a principal ferramenta tecnológica utilizada por Ana Cristina é o ABS Monitor. A implementação da solução nas operações da propriedade foi realizada com o objetivo de alavancar o crescimento genético dos animais do Sítio São Sebastião. “Desde o início, tive todo o apoio quanto ao aprendizado da ferramenta ABS Monitor, aprendi como trabalhar a questão dos acasalamentos e sempre consegui respaldo, reforço e feedback da equipe”, ressalta.
Segundo a produtora, os ganhos foram expressivos. Ela explica que os resultados gerados pela consultoria genética da ABS impactaram a forma como a equipe da propriedade atua. “É um outro perfil genético. Hoje, temos que trabalhar pensando em maneiras diferentes pelo potencial genético que temos lá. Crescemos muito trabalhando com o ABS Monitor, porque conseguimos ter um gerenciamento reprodutivo muito focado, identificar os problemas e agir rapidamente. A equipe está sempre emitindo os relatórios, observando os pontos, conversando a respeito. A parceria foi fundamental para a evolução genética do nosso rebanho”, finaliza.